Talvez por isso, gosto tanto do
gênero crônicas. Em minha infância, não tínhamos muito acesso a livros, pois
morava na roça em Minas Gerais, em que a escola era composta de apenas uma sala
de aula e a mesma era compartilhada por outras turmas. Lembro-me de meu
primeiro contato com a leitura foi um livro de histórias bíblicas, que não me
recordo o título, mas as imagens e histórias permanecem até hoje. Num segundo
momento, quando tinha nove anos, não conhecia nada sobre menstruação e minha
mãe tinha pavor de falar sobre o assunto. Uma professora, ao saber, me deu um
folheto explicativo sobre sistema reprodutor e ciclo menstrual. Nossa! Pra mim
aquilo foi meu ingresso na vida adulta. Fiquei tão interessada pelo assunto
que, posteriormente, no Fundamental II, era a minha matéria preferida,
"corpo humano". Por isso cheguei a faculdade de Ciências Biológicas.
Meu desejo era cursar medicina, mas como as condições não permitiram, achei que
Ciências era a área que mais se aproximava do que eu queria. Foi bom, porque
pude ter acesso a um pouquinho de cada área que compõem a vida.
Quem diria que um simples folheto pudesse me levar tão longe!
Meus pais nunca me incentivaram a
leitura, cumpriram apenas com a obrigação de me colocar na escola, o resto era
por minha conta. Éramos muito pobres e não havia dinheiro para compra de
livros. O meu maior estímulo, talvez tenha sido a minha professora de primário,
que nos obrigava a decorar até os pontos e vírgulas. As questões da prova
tinham respostas de quatro a cinco linhas. Se faltasse uma palavra, não tinha
meio certo. Tinha muita chamada oral, para cada erro era uma palmatória. Com
isso desenvolvi o hábito da leitura. Sem conhecimento de mundo, pois nunca
havia saído de meu povoado, viajava na imaginação quando tinha acesso a algum
livro. Adorava ir dormir na casa de minha avó materna, pois ela e minha tia
sempre nos reuniam no meio da sala sentada numa esteira ou a beira do fogão
para contar estórias. Um dos personagens preferidos era Pedro Malazar. Não
consigo recontar nenhuma, mas a experiência foi marcante.
Outra experiência marcante, é que eu era escritora e leitora de cartas.
As pessoas que não sabiam ler e escrever vinha a minha procura para eu escrever
ou ler cartas recebidas ou dirigidas aos seus esposos ou filhos que migravam
para São Paulo a procura de trabalho. Eu mim sentia útil, adorava esse
trabalho!
E a sua experiência?
Compartilhe-a aqui!
PROFESSOR : ELISIO S. DE LIMA
ESCOLA: VINCENZO LOBASSI
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFNYPqpP7y0tNR40g8URSMvS2kdlGW1k7tbr-uCrYnJN-PzOy030mGwS8yTHyZDlJQesOUKgghkbd4i8BsBn2JFW20QB03GnPqnWSaahFwKMyWGDUOx8mADwdm19oeOMu-0V_sQMqlWzxM/s1600/elisio.png)
Depois de certo
momento da minha vida, tomei o meu tempo com a leitura, onde viajava nas
páginas, já não me sentia mais na obrigação de ler, passando a ser prazerosa a
leitura de todos os livros que passava pelas minhas mãos. Ganhei uma coleção de
contos da minha mãe, os 3 Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho e a Vendedora de Caixinhas
de Fósforos. De primeiro olhava as figuras de todos os livros, e
"viajava" na capa 3D dos livros, elas se mexiam quando virava o
livro, interpretava as figuras contanto a minha própria história, só assim eu
começava a ler os livros, e o que mais gostava e me apaixonei foi com o da
Vendedora de caixinhas de fósforos, onde contava uma história de uma menina
pobre que tinha um sonho de ter um Natal feliz, lia e relia-o várias vezes e
dormia com ele.
Hoje a leitura é um momento de reflexão e relaxamento, onde a visão do
mundo se transforma, mas as tecnologias fizeram com que as pessoas deixassem a
leitura de livros de lado, o que resultou em pessoas cada vez mais
desinteressadas pelos livros.
A
leitura é algo crucial para a aprendizagem, pois é através dela que podemos
enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a
interpretação.
Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso
acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito as pessoas
saberiam apreciar uma boa obra.
A partir
dai não deixei mais a leitura de lado, sempre me ajuda a refletir, ter
experiências e análises de como devo me comportar perante a sociedade.
ANDREA
DA SILVA GOMES
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI3kyOJGwy7yfDqk8K6zFr_yZ6w5aUea8iO6lndX8RZp1psyP9smMy9iRcn14jWuRoVZaYCbovdlqg2QfK13h9PttC7vwyFGzeKKojD_07p2xj08Uw41vvSVYn_xSsIqrZhR9t6dbkoc7_/s1600/fot.png)
Olá!!estou aqui para compartilhar um pouco sobre minha experiência, relatar meu inicio à leitura, pode ser fácil e ao mesmo tempo muito difícil. Sou filha de professores, minha mãe alfabetizadora e meu pai professor de história, lembram de educação moral e cívica? isso mesmo meus pais são desta época. Minha infância, desde que chegamos do interior, praticamente foi na escola. Tudo que tinha na escola, participava junto.Meus pais sempre me acostumaram com livrinhos, revistas, gibis, filmes, desenhos, caça palavras, jogos de palavras cruzadas ( este tenho até hoje! nossa como está judiado, ta velhinho!), tudo que estimulasse o meu aprendizado era oferecido, enfim pra começo de tudo, fui alfabetizada antes do tempo.Não me lembro direito quando. Não fiz pré, não gostava ( nossa!) achava chato ter que fazer bolinha, chuvinha, brincar de massinha, gostava mesmo de desenhar, pintar, contar histórias, escrever! ah! como gostava de escrever, aliás até hoje amo escrever. Continuo com os vícios da infância ( gibis, revistas, caça palavras, jornais), procuro assistir filmes legendados, pois além de me auxiliar na leitura me ajuda na pronuncia de outra língua estrangeira. Leio pouco , pra quem adorava livrinhos,porém quando me empolgo, não largo até terminar e ao mesmo tempo fico ansiosa, pois acho que deveria ter uma continuidade no que estou lendo, a história poderia continuar. Tudo que tive passo aos meus filhos,e pra variar também eles foram alfabetizados antes do tempo, tento de varias formas passar aos meus alunos, enfatizo os textos, tento fazer com que eles viajem comigo na história ou no texto, façam parte da história. Hoje fico muito apreensiva em perceber que tenho muitos alunos que não leem, ou leem muito mal,palavras erradas, não obedecem sinais e acentos . Faço aulas com leituras compartilhadas, peço para que relatem o que leram, o que entenderam. Tenho muita resistência por parte da maioria dos alunos, não querem ler muito menos escrever. Leitura de imagens, tabelas, gráficos para muitos facilitam, isto é outro meio que utilizo muito. Poderia ser bem melhor, pois penso que a função leitora e escritora precisa de uma participação efetiva dos pais e escola, trabalhando juntos, unindo forças para o melhor aprendizado de seu responsável.
ResponderExcluirEspero ter contribuído um pouco do que lembrei. Abraços. Patrícia,
Legal!!!
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